
Imagem gerada por IA
Uma nova ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) está demonstrando resultados promissores no auxílio ao diagnóstico precoce de câncer de mama em hospitais da rede estadual de São Paulo. A tecnologia, implementada em caráter experimental nos últimos meses, analisa exames de mamografia com uma precisão comparável e, em alguns casos, superior à dos radiologistas, permitindo a identificação de lesões suspeitas em estágios iniciais da doença.
Desenvolvida por pesquisadores do Centro de Inteligência Artificial (C4AI) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, a plataforma de IA foi treinada com um vasto banco de dados de milhares de mamografias anonimizadas, contendo tanto casos benignos quanto malignos. Os algoritmos de aprendizado profundo da ferramenta são capazes de identificar padrões sutis nas imagens que podem passar despercebidos ao olho humano, aumentando a sensibilidade do exame e reduzindo a taxa de falsos negativos.
Resultados Iniciais Animadores:
Os primeiros resultados da implementação da IA em hospitais como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) são considerados animadores. Em um estudo piloto envolvendo mais de 5.000 mamografias, a IA demonstrou uma taxa de acerto de 92% na identificação de tumores malignos, um índice ligeiramente superior à média de detecção por radiologistas, que varia entre 85% e 90%.
“A inteligência artificial não veio para substituir o trabalho dos médicos, mas sim para ser uma ferramenta poderosa de apoio,” explica a Dra. Vivian Aragão, radiologista do HC-FMUSP e uma das coordenadoras do projeto. “Ela nos ajuda a focar em áreas suspeitas e a ter uma segunda opinião altamente qualificada, especialmente em casos mais complexos ou sutis.”
Benefícios para Pacientes e Sistema de Saúde:
A implementação da IA no diagnóstico de câncer de mama tem o potencial de trazer diversos benefícios para as pacientes e para o sistema de saúde como um todo:
- Diagnóstico mais precoce: A detecção de tumores em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de sucesso do tratamento e a sobrevida das pacientes.
- Redução da carga de trabalho dos radiologistas: Ao auxiliar na triagem das mamografias, a IA pode liberar os radiologistas para se concentrarem em casos mais complexos e na comunicação com as pacientes.
- Potencial para diminuir custos: Um diagnóstico mais rápido e preciso pode evitar a necessidade de exames complementares e tratamentos mais invasivos em estágios avançados da doença.
- Acesso facilitado em regiões remotas: No futuro, a IA poderia ser utilizada para analisar exames em locais com poucos especialistas, democratizando o acesso ao diagnóstico de qualidade.
Próximos Passos:
A fase experimental da implementação da IA continua em diversos hospitais de São Paulo, com o objetivo de refinar ainda mais os algoritmos e avaliar o impacto da tecnologia em um cenário real. A expectativa é que, com a comprovação da eficácia e segurança, a ferramenta possa ser expandida para outras unidades de saúde do estado e até mesmo para outras regiões do Brasil.
“Estamos muito otimistas com o potencial da inteligência artificial na área da saúde,” afirma o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Dr. João Paulo Rêgo. “Este projeto no diagnóstico de câncer de mama é um exemplo de como a tecnologia pode ser utilizada para salvar vidas e melhorar a qualidade do atendimento à população.”
Fonte: “Pesquisa e informações da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e do C4AI-USP.”